domingo, 17 de fevereiro de 2013


                            MARIA PADILHA
Nome que significa Rainha do Fogo, Maria Padilha já teve várias encarnações na Terra, e a última delas foi em Ilhéus na Bahia. Nesta sua última encarnação, ela era uma espanhola que veio para o Brasil morar em Ilhéus na Bahia e foi morta na porta de um cabaré. Todos os homens que ela teve, em cada uma das encarnações, num total de sete, estão com ela na espiritualidade.
Entre mitos mais variantes que revelam alguma qualidade a característica especial desta mulher, o que servirá nos terreiros como apoio é o segundo nome que acompanhará o primeiro. Recebe outros apoios que alguns podem pensar que se trata de outra Pombagira, mas na realidade é ela: "Rainha dos Infernos", "Rainha do Candomblé", "Rainha das Marias", "Rainha das Facas", "Mulher de Lucifer", "Rainha da Malandragem", "Rainha dos Ciganos", etc. Em cada lugar lhe dão diferentes sobrenomes, que na realidade busca elogiar a entidade e transmitir uma maior intimidade.
Pomba Gira Maria Padilha é conhecida por sua eficiência e rapidez, e está entre as mais populares das Pombagiras. Às vezes ela é chamada de "rainha sem coroa", e isso certamente se refere à Maria histórica, que era a rainha do coração de D. Pedro, mas negou que as suas propostas repetidas para o casamento,preferindo a sua independência durante sua estada na corte. Este também descreve um certo tipo de mulher, aquele que exige respeito, e cujo comportamento é real, mesmo se ela é pobre ou da classe trabalhadora. Maria também é um exemplo perfeito de como "espíritos novos" nascem: lendas cresceram em torno da mulher real, que tinha uma reputação de feiticeira, e dentro de cem anos, as bruxas em Espanha e Portugal estavam usando seu nome e chamando seu espírito para ajudar los em suas magias.
Tem predileção - igual ao seu principal marido, Rei das 7 Liras (Lúcifer) - pelas navalhas e armas brancas em geral, especialmente aquelas que são afiadas e pequenas, onde se deve ter muita agilidade para não ser cortado. Como toda pomba gira, possui numerosos amantes ou parceiros, com os quais pode "adjuntar-se" ou "trabalhar", sendo essa parceira que protegerá a determinada pessoa.
Cabe esclarecer que nem sempre se formam os mesmos parceiros, pois os mesmos dependeram da morada onde trabalhe a Pomba Gira e o que indique o ponto riscado ou firma espiritual. Apresenta-se sob a aparência de uma formosa mulher, de longos cabelos negros, pele morena (as vezes mais clara e as vezes mais escura), sua idade e físico variam também de acordo com o tipo de caminho ou passagem desta Pomba Gira, pois existem passagens jovens e velhas, sendo igualmente atrativas em qualquer de suas passagens, isto ocorre com todos os Exús de quimbanda, não importando a idade que apresentem, pois tem o dom da sedução.
Ela gosta de luxo, dos homens, de dinheiro, das jóias, da boa vida, dos jogos de azar, de baile e da música. É uma grande bailarina, cujos movimentos podem incluir passos das ciganas em alguns momentos, mexendo sensualmente seus braços, como quem desfruta plenamente de seduzir com o corpo em movimento. Seu porte é altivo, orgulhoso, magestoso, possui características das mulheres que não tem medo de nada. É muito requisitada para atrair amantes, abrir os caminhos, amarrar parceiras, mas principalmente é muito temida por sua frieza e seu implacavel poder na questão de demandas. Algumas das principais Pomba Giras que estão dentro de sua falange, abaixo de sua ordem são:
  • Maria Molambo
  • Maria Quitéria
  • Maria Lixeira
  • Maria Mirongueira
  • Maria das Almas
  • Maria da Praia
  • Maria Cigana
  • Maria Tunica
  • Maria Rosa
  • Maria Colodina
  • Maria Farrapos
  • Maria Alagoana
  • Maria Bahiana
  • Maria Navalha
  • Maria Padilha dos Sete Cruzeiros da Calunga
  • Maria Padilha Rainha das 7 Encruzilhadas;
  • Maria Padilha Rainha dos Infernos;
  • Maria Padilha Rainha das Almas;
  • Maria Padilha das Portas do Cabaré;
  • Maria Padilha Rainha das 7 facas ( 7 navalhas);
  • Maria Padilha Rainha da Figueira.
  • Características
    BebidaChampanhe, Licor de aniz, Martini, Campari, Mel
    EbôsPata preta, pomba preta, cabra preta, levando fubá de milho e azeite de dendê.
    Fumacigarros, cigarrilhas
    GuiaSua guia geralmente é contas pretas e vermelhas, O preto representando as trevas, o vermelho a guerra, algumas quando cruzadas nas almas, tem suas guias com contas brancas, sendo as mesmas enfiadas de três em três ou de sete em sete
    LugarRecebe os presentes, despachos e feitiços na Calunga (Cruzeiro do Cemitério), nas encruzilhadas em formas de T, ou X( dependendo a escolha do lugar, a vontade da entidade)
    Ornamentosjóias, cosméticos, espelhos
    RosasRosas vermelhas abertas (nunca botões) em número impar, cravos e palmas vermelhas
    Simbolospássaro, o tridente,a lua, o sol a chave e o coração.
    Velade acordo com as cores de suas guias quando trabalham,podendo ser pretas e vermelhas, todas vermelhas e em certos casos, pretas e brancas, ou ainda, todas brancas
    Pontos Cantados
    Abre essa tumba quero ver tremer,
    Abre esse tumba quero ver balançar,
    (bis)
    Maria Padilha das Almas,
    O cemitério é o seu lugar.
    É na Calunga que a Maria Padilha mora
    É no barranco que a Maria Padilha vai girar.
    (bis)
    Maria Padilha das Almas
    O cemitério é o seu lugar.



    Quem não me respeitar
    Oh! Logo se afunda
    Eu sou Maria Padilha
    Dos 7 cruzeiros da Kalunga



    Moço, você conhece aquela moça
    Que trabalha no escuro
    Olhando osso,
    Osso por osso,
    Dente por dente,
    Dia trás dia,
    Hora trás hora
    Ela é Maria Padilha
    Ela é Maria Mulher,
    Ela trabalha na Figueira,
    Por ordem de Lúcifer.



    Caminhou por toda a Terra
    Na kalunga ela ficou
    Lá na Encruza ou lá na rua
    Ela é …
    Camarada sua,
    Maria, Maria Padilha Ela é.



    Maria Padilha já chegou
    Trago pra Ela uma linda flor
    Festa no Terreiro, festa no gongá,
    Chegou Maria Padilha para todo o mal levá.



    Maria Padilha,
    Soberana da estrada,
    Rainha da encruzilhada,
    E também do candomblé,
    Suprema é uma mulher,
    de negro,
    Alegria do Terreiro,
    Seu feitiço tem axé,
    Mas ela é, ela é,
    Ela é…
    A Rainha da Encruza,
    A mulher de Lúcifer.



    A Padilha não brinca,
    Ela não é brincadeira não,
    A quem mexe com ela fica maluco
    Vira defunto e se torna caveira
    E depois de caveira vira poeira
    E vai morar com Exu Caveira.



    Maria Padilha
    Rainha do Candomblé
    Firma Curimba
    Que tá chegando mulher.



    Maria Padilha é…
    Rainha do Candomblé
    Maria Padilha mora,
    Nas portas de um cabaré.



    Exu Maria Padilha
    Trabalha na encruzilhada
    Toma conta, presta conta…
    No romper da madrugada.
    Pomba-Gira minha comadre
    Me proteja noite e dia
    Trabalhando nas encruzilhadas
    Com suas feitiçarias.



    Maria, Maria Padilha Ela é…
    Uma mulher faceira
    Que trabalha á Meia Noite
    E também a madrugada inteira.
    Sete rosas encarnadas
    Vou levar para essa Maria
    Para afastar de mim,
    Toda a feitiçaria.
    Maria, Maria Padilha Ela é.



    Ela é Maria Padilha
    Da sandalinha de pau
    Ela trabalha pró bem
    Mais ela trabalha pró mal
    Oia pombajiré, oia pombajirá, oia pombajirá



    De onde é que Maria Padilha vem
    Aonde é que Maria Padilha mora
    Ela mora na mina de ouro
    Onde o galo preto canta
    Onde criança não chora.



    O povo dos Infernos é quem vai levar
    Levar o que não presta pró além mar
    Exu Rei da Lira é Lúcifer!
    Maria Padilha…
    Rainha Exu mulher!



    Moça me dá
    Um cigarro do seu
    pra eu fumar
    Que nem dinheiro eu tenho pra comprar
    (bis)
    Vivo sozinho
    Vivo na solidão
    Maria Padilha me dê
    A sus proteção



    Cemitério é praça linda
    É lugar pra passear
    Cemitério é praça linda
    É lugar pra passear
    Numa catacumba branca
    Maria Padilha mora lá
    Mora lá, mora lá,
    Maria Padilha mora lá,
    Mora lá, mora lá,
    Maria Padilha mora lá,



    Com uma rosa e uma cigarrilha
    Maria Padilha já chegou,
    E na Kalunga
    Ela é Rainha
    Ela trabalha com muito amor
    Sete cruzeiros da Kalunga
    É a morada dessa mulher
    Ela é!
    Maria Padilha,
    Rainha do Candomblé…



    Pontos Riscados
    Maria Padilha
    Maria Padilha dos Sete Cruzeiros da Calunga
    Biografia
    França, final do século dezenove. Juliette estava desesperada. Aos dezessete anos, filha de nobres franceses estava prometida em casamento para o jovem Duque D''areaux. Por coisas que somente à vida cabe explicar, havia se apaixonado por um dos cavalariços de sua propriedade. Entregara-se a essa paixão de forma avassaladora o que culminou na gravidez que já atingira a oitava semana. Somente confiara o segredo à velha ama Marie, quase uma segunda mãe que a vira nascer e dela nunca se afastara, que a aconselhou a fugir com Jean, seu amado. Procurado, o rapaz não fugiu à sua obrigação e dispos-se a empreender a fuga. Sairiam a noite levando consigo apenas a ama que seria muito útil à moça e os cavalos necessários para os três. Perto da meia-noite, Juliette e Marie esgueiraram-se pelo jardim e dirigiram-se até o ponto em que o jovem as esperava. Rapidamente montaram e partiram. Não esperavam, contudo, que um par de olhos os espreitasse. Era Sophie a filha dos caseiros, extremamente apaixonada por Jean. Percebendo o que se passava correu até a grande propriedade e alertou aos pais da moça sobre a fuga iminente. Antoine, o pai de Juliette, imediatamente chamou por dois homens de confiança e partiu para a perseguição. Não precisaram procurar por muito tempo. A falta de experiência das mulheres fazia com que a marcha dos fugitivos fosse lenta. Antoine gritou para que parassem. Assustado Jean apressou o galope e o primeiro tiro acertou-o no meio das costas derrubando-o do cavalo. Juliette correu para o amado gritando de desespero quando ouviu o segundo tiro. Olhou para trás, a velha ama jazia caída sobre sua montaria. Sem raciocinar no que fazia puxou a arma de Jean e apontou-a para o próprio pai. - Minha filha, solte essa arma! - assim dizendo aproximava-se dela. Juliette apertou o gatilho e o projétil acertou Antoine em pleno coração. Os homens que o acompanhavam não sabiam o que fazer. Aproveitando esse momento de indecisão a moça correu chorando em total descontrole. Havia uma ponte à alguns metros dali e foi dela que Juliette despediu-se da vida atirando-se na água gelada. A morte foi rápida e nada se pode fazer. Responsável direta por três mortes (a dela, do pai e da criança que trazia no ventre) causou ainda, indiretamente mais duas, a de Jean e da ama. Triste destino aguardava o espírito atormentado da moça. Depois de muito vagar por terrenos negros como a noite e conhecer as mazelas de incontáveis almas perdidas encontrou um grupo de entidades que a encaminhou para a expiação dos males que causara. Tornou-se então uma das falangeiras de Maria Padilha. Hoje em nossos terreiros atende pelo nome de Maria Padilha dos Sete Cruzeiros da Calunga, onde, demonstrando uma educação esmerada e um carinho constante atende seus consulentes sempre com uma palavra de conforto e fé exibindo um sorriso cativante. Salve minha mãe de esquerda!
    Maria Padilha das Sete Catacumbas
    Vativa ficou totalmente arrepiada quando ouviu o que a bruxa lhe disse: - Precisamos do sangue de um inocente! - Sua mente imediatamente focalizou a imagem de Yorg, seu pequeno filho de apenas três anos. Seus pensamentos vagaram por alguns instantes enquanto a mulher remexia em um pequeno caldeirão de ferro.
    Estava ali por indicação de uma vizinha que conhecia o problema pelo qual estava passando. Era casada, não tinha queixas do marido, mas de repente parece que uma loucura apoderou-se dela. Apaixonara-se por um rapazote de dezessete anos, ela uma mulher de trinta, bela e fogosa não resistira aos encantos do adolescente e sua vida transformou-se em um inferno. Já traíra seu marido algumas vezes, mas desta vez era algo fora do comum, não conseguia conceber a vida longe do rapaz. Conversando com a vizinha, a quem contava tudo, esta aconselhou: - Vá falar com a bruxa Chiara ela resolve o assunto para você. - Pensou durante alguns dias e não resistiu, foi procurar pela feiticeira.
    O ambiente era horrível e a aparência da mulher assustadora, alta, muito magra, com apenas dois dentes na boca, vestia-se inteiramente de preto e fora logo dando a solução: - Vamos matar seu marido, aí você fica livre e se muda para outro povoado, bem distante, levando seu amante! - Vativa ficou assustada, não era essa a idéia. Não tinha porque matar seu marido. Não havia um jeito mais fácil? - De forma alguma, se o deixarmos vivo, quem morre é você! Mas não se preocupe eu cuido de tudo. - Foi aí que ela falou do sangue inocente. - A senhora está tentando dizer que tenho que sacrificar meu filho? - Para fazer omelete, quebram-se ovos... Vativa não estava acreditando, a mulher dizia barbaridades e sorria cinicamente. Levantou-se e saiu correndo apavorada. A risada histérica dada por Chiara ainda ecoava em seus ouvidos quando chegou a casa.
    Desse dia em diante suas noites tornaram-se um tormento, bastava fechar os olhos para ver aquele homem (Sete Catacumbas) todo de preto que a apontava com uma bengala: - Agora você tem que fazer! - Em outras ocasiões ele dizia: - Você não presta mesmo, nunca prestou! - Vativa abria os olhos horrorizados e não conseguia mais dormir.
    Uma noite, já totalmente transtornada com a aparição freqüente, saiu gritando pela casa. Ouvindo os gritos da mãe o pequeno Yorg acordou e desatou a chorar. Sem saber como, a faca apareceu em sua mão. - Cale a boca garoto dos infernos! - A lâmina penetrou por três vezes no pequeno corpo. Retomando a consciência não suportou a visão do crime cometido e caiu desmaiada. Na queda, a vela que iluminava o pequeno ambiente caiu-lhe sobre as vestes e em pouco tempo o fogo consumia tudo.
    Por muitos anos o espírito de Vativa vagou até conseguir a chance de evoluir junto a um grupo de trabalhadores de esquerda, mas se há uma coisa que ela odeia é relembrar o fato, por isso poucas vezes o comenta. Com posto garantido na falange do cemitério detesta ser lembrada para amarrações e perde a compostura quando há um pedido do gênero.
    Hoje todos a conhecem pela grandeza dos trabalhos que pratica na linha da guardiã Maria Padilha das Sete Catacumbas ao lado do Senhor Exú das Sete Catacumbas, pois todo médium que recebe Seu Sete recebe também Maria Padilha das Sete Catacumbas em algumas ocasiões, caso contrário após muito tempo recebendo somente Seu Sete passa a sentir-se pesado......

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